Aguenta Coração

Muitos não saberão e outros poderão não se lembrar de alguns momento menos positivos que vivemos até aos 15 meses do meu filho Duarte.

Por estes dias estavámos em casa e apreciei-o enquanto punha os dedos nos ouvidos como quem finge que não está a ouvir.
Ninguém imagina a felicidade que sinto ao vê-lo fazer isto que repete sempre que ouve a Bimby a triturar a sopa. 
É uma delícia constatar (e gritar alto e bom som) que afinal o meu coração de mãe não se enganou. Afinal a mãe não estava senil, o pai não estava sugestionado e o João sabia que o irmão o ouvia.

Fomos sempre confiantes contra a Ciência e os médicos que teimavam em considerá-lo, até aos 15 meses de idade, um menino "Surdo Profundo Bilateral".

Hoje, reli o post que escrevi em Setembro do ano passado acerca deste assunto.
Escrever foi uma forma de carpir a mágoa e a dor, e deitar cá para fora tudo o que tinha selado no coração. 
Contar o que nos tinha acontecido foi libertador. 
Sentir o vosso apoio foi mágico.

Infelizmente e após a publicação, fiquei a conhecer casos similares e outros pais que viveram esta amarga experiência.

Desse período mantemos as lembranças das lágrimas e da esperança que nunca perdemos. Desse período guardamos os desenhos envoltos em generosidade e graciosidade que o João me ofereceu no dia de cada exame do irmão. Os desenhos, que continuam alinhados por cima da cama do Duarte, ficarão como marco de uma história vivida que não deixa saudade, mas que nos tatuou a todos com a experiência de a termos vivido (com um final feliz!!).

Quase um ano depois, dou graças a Deus por tudo se ter resolvido. 

Convido-vos a ler ou reler o post "Aguenta Coração#2", aqui.

Um beijo
M.



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