Mãe é Mãe... (dizem eles!)

As mães têm direito a mandar uns berros, de se esganiçar, de ameaçar. As mães têm o direito de se sentir injustiçadas, de achar que fazem tudo pelos filhos e que estes não lhes dão valor e exigem até a exaustão. E eles? Não estão nem aí, porque ser mãe é uma Instituição. Ser Mãe faz parte de um papel que assumimos desde que nascem. Somos Mães. Qual mulheres qual quê! Mães! E Mãe é Mãe. Ponto final.
As mães também se cansam, também choram, também se sentem frustradas e desesperadas por uns dias sem gritos e barulho. As mães também sabem dançar como as princesas e também brincam às lutas e jogam à macaca.
 As mães têm super poderes que aparecem com a maternidade. As mães precisam de tempo. Tempo para se sentirem bonitas. Tempo para tratarem de si. Tempo para cuidar dos seus super poderes que às vezes perdem as forças.
As mães não têm feriados. Nem Sábados. Nem Domingos. Nem férias.
As mães são agridoces. Barafustam, mas têm sempre uma palavra meiga no final. Gritam, mas têm sempre um abraço forte para afagar. Ameaçam, mas têm sempre um beijo para dar.
As mães e filhos, no geral,  têm dupla personalidade. Concordam?
Ora nos chateamos logo de manhã porque não se vestem, porque lavam os dentes a correr, porque demoram horas a calçar os ténis e a tomar pequeno almoço, ora nos abraçamos, damos beijinhos de "bom dia" e trocamos mimos que carregam as baterias para as horas que nos separam. 
Ao fim da tarde, ando numa roda viva entre o trânsito, o relógio que não pára, o rugby, o xadrez, o jantar, a natação, as mochilas, as tralhas, o stress, os pés que doem dos sapatos de salto alto e as costas, que normalmente não sinto.
Não sou uma Mãe castradora. Não vivo obcecada com as notas da escola nem com o quarto desarrumado, nem com a sala que ao fim do dia se se transforma em tenda e esconderijo dos Dinossauros. Nem tão pouco com a casa-de-banho que vira piscina olímpica quando decidem mandar mergulhos de touca na cabeça, um de cada lado da banheira.
 Mas as mães são, por norma, chatas. As mães obrigam os filhos a comer sopa porque lhes faz bem e não os deixam comer doces sem ser em dias de festa. Certo? As mães obrigam os filhos a tomar banho todos os dias e televisão, só meia hora por dia. Chatas estas Mães! 
E aquelas mães, cujos filhos protectores se preocupam se a camisola ou casaco tapa o rabo para ninguém ver? Pois é. . . acontece! 
Às vezes apetecia - me passar despercebida. Só por umas horas ignorada. 
Estarei sozinha?
Porque é que digo que as mães têm dupla personalidade?!
Porque mesmo com peso da maternidade, não trocávamos por nada neste mundo este papel que encarnamos naquele segundo em que a nossa vida ganha "outra vida".
Os desesperos e as alegrias da maternidade fazem parte. Fazem crescer. Fazem - nos ter uma percepção diferente do que nos rodeia. E é tão boa a percepção do mundo depois dos filhos, apesar dos medos que passam a pairar sobre nós.

A sensação de legado é extraordinária e espero que um dia os meus filhos sejam agridoces como eu, que eduquem os seus filhos com valores e amor ao próximo, que os saibam encaminhar no sentido certo e que consigam ser tão felizes com a paternidade, como eu sou por ser Mãe deles.

Um beijo
M



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